Ulisses, o herói universal, foi figura mítica, encarnação do viajante, do “estrangeiro” por antonomásia e da sede de saber, capaz de transformar cada obstáculo num estímulo para enfrentar novos desafios. O migrante de hoje, às vezes pobre, desprestigiado e talvez clandestino, é o herói contemporâneo que empreende sua viagem em um mundo sem fronteiras, com um desejo de partir que, frequentemente, predomina sobre a satisfação e a ilusão de ter chegado. Entre mitologia e presente,as migrações se tornam viagens de corajosos ou desesperados.
Cada viajante vive sua Odisseia. Parece que Ulisses, no fim da viagem que o levou ao outro lado do mundo, partiu novamente em busca de si e ao encontro dos outros.
